O Motel não é mais o mesmo e o quarto que abre sozinho!
Por Paulo Panayotis
Goiânia - Goiás. Quem é um pouco mais velho lembra quando os motéis surgiram no Brasil. Uma época de “puritanismo hipócrita” que deixava, como única opção para “namorar”, os motéis espalhados nas periferias das grandes cidades. Outros tempos, outros valores, outra cultura. “Privacidade, mordomia, luxo e gastronomia para casais com relações estáveis a preços que cabem no bolso”. É isso que procuram hoje parceiros com relações duradouras afirma Felipe Martinez, presidente da Associação Brasileira de Motéis.
Felipe Martinez, Presidente Associacao Brasileira de Motéis
“O mundo mudou, o cliente mudou, logo, o motel mudou”, reforça Leonardo Dib, dono do motel Lush, um dos primeiros a detectar esta nova tendência. Ambos participam da Equipotel regional/Conotel que acontece nesta semana em Goiânia. “Descobrimos isso por meio de uma grande pesquisa que fizemos para entender quem frequenta os motéis hoje em dia e o que os move para lá”, explica Rodolfo Elsas, fundador do Guia de Motéis. Em mais de duas mil entrevistas realizadas, online, frequentadores dos Moteis associados ao guia responderam diversas perguntas sobre idade, relacionamento conjugal, profissão, interesses pessoais, etc. “Para nossa surpresa, diz Elsas, chegamos a conclusão de que nosso maior público busca uma opção luxuosa de entretenimento que, dificilmente, conseguiria bancar em um hotel clássico”, conclui o executivo. Essa nova tendência de mercado, que surgiu da liberalização da moral e dos chamados “bons costumes”, foi captada pela nova geração dos “moteleiros”, que não perdeu tempo. “Investimos em suítes ultraluxuosas, com piscinas privativas, mini salas de cinema, alta gastronomia e até mini caves com excelentes marcas de vinho, informa orgulhoso Felipe Martinez que, além de presidente da Associação Brasileira de Motéis é sócio de Leonardo Dib, do Hotel Lush, de São Paulo.
Leonardo Dib, do Motel Lush
Segundo eles, os frequentadores não têm mais a menor vergonha de se identificar. Prova disso é que a página do Instagram do Lush tem mais de 42 mil seguidores falando abertamente sobre a experiência que tiveram, porque escolheram determinado motel, etc. Para atrair ainda mais a clientela, muitos motéis já podem ser reservados online e pelo período desejado, sejam duas horas ou um dia inteiro. “E para nossa surpresa, conclui Felipe, “nosso principal público são os locais, os moradores da cidade que vão em busca de uma boa experiência, uma cama confortável e equipamentos de ponta que dificilmente teriam em casa. O consumidor mudou, nós mudamos também” conclui ele.
O quarto que abre sozinho
Outra tendência apresentada na Equipotel regional é a possibilidade dos hospedes dos hotéis tradicionais chegarem no hotel com o check in feito online e nem passar pela recepção. O próprio celular do hóspede abre a porta do quarto via bluetooth. O novo app, desenvolvido pela VEGA I.T., que presta serviços de inteligência artificial para a hotelaria, pretende melhorar muito a experiência de hospedagem. Por ser uma plataforma fechada, privada, o hoteleiro pode oferecer descontos que não conseguiria em grandes plataformas como Booking e Trip Advisor, afirma André Noer, Diretor Comercial da empresa. “Além disso, completa ele, pode personalizar a estadia do hospede com ofertas de alimentação no quarto (como jantares gourmet) pedidos diretamente no seu celular. Basta ele baixar o app do hotel e pronto, conclui Noer.
André Boer, VEGA IT
Ao final, com uma boa experiência no hotel, completa Matheus Quincozes, diretor executivo da empresa, o cliente ainda fala bem do hotel nas redes sociais e na internet! Uma revolução para quem, há alguns anos, se escondia para entrar em um motel ou ficava em uma fila esperando para fazer o check-in em seu hotel preferido.
O jornalista Paulo Panayotis viajou para Goiânia a convite da ABIH Nacional
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Motel não é mais o mesmo e o quarto que abre sozinho!
Por: Paulo Panayotis | São Paulo - Brasil
Categoria: Hotelaria