Lucerna – Suíça - Domingo. É final de tarde. A movimentação na entrada do Hotel Schweizerhof é grande. Na recepção, sorrisos e biscoitos de canela. “Bem-vinda à Lucerna!”.
Ponte da Capela – Cartão postal de Lucerna – Suíça - ©oqvpm ®
No início, estranho as mesinhas com artesanato, roupas de inverno, bonecos de madeira, velas decoradas, geleias, vinho quente, chocolate e doces caseiros em plena decoração do hall principal. Aos poucos, cai a ficha e percebo, por toda a parte, que o mercado natalino literalmente invadiu o Schweizerhof. Sabe aquela atmosfera que dá a impressão de que o papai Noel vai entrar pela porta a qualquer momento? Enquanto turistas e moradores se misturam entre as barracas, a noite cai. A primeira vez que a cidade se iluminou para o natal foi em 1949.
Mercado natalino de Lucerna - ©oqvpm ®
Os mercados natalinos chegaram anos depois. Hoje fazem parte do calendário desta encantadora joia da Suíça, fundada em 1178. A tradição, emprestada do país vizinho, a Alemanha, dá cores, luzes e vida às noites do mês de dezembro. Ao entrar na minha suíte, vou direto para a sacada com vista para o lago, as montanhas e o céu. Tudo perfeito para relaxar antes de começar uma programação intensa na cidade.
Vista da suíte - ©oqvpm ®
Há mais de 170 anos, hóspedes do hotel Schweizerhof testemunham as transformações da cidade por essas janelas. Desde 1845, quando abriu suas portas, o hotel é um ícone da hotelaria de luxo suíça. Sob o comando da família Hauser desde 1861, foi projetado com estilo neo-clássico simétrico pelo arquiteto suíço Melchior Berri. Hoje integra o seleto grupo Private Seletion Hotels.
Jornalista Adriana Reis na entrada do hotel - ©oqvpm ®
São 101 quartos e suítes administrados, atualmente, pela quinta geração da família. Se suas paredes falassem, contariam inúmeras histórias e fatos importantes. E não é que suas paredes falam mesmo? Na última modernização, cada quarto passou a ter, numa de suas paredes, frases diferentes. A ideia é que cada acomodação reflita sua própria história e personalidade. Na minha suíte, a frase era: "You kick up the leaves and the magic is lost!", que é um trecho da música Bad Day do cantor Daniel Powter. (Você chuta as folhas e a magia se perde - em tradução livre).
Suíte de frente para o lago de Lucerna - ©oqvpm ®
Cada hóspede tem mesmo a sensação de que sua história é única durante sua passagem por aqui. Em julho de 1857, por exemplo, o escritor russo Leon Tolstoy, se encanta com a vista para o lago, o céu e as montanhas diante da janela da sua suíte 25. O escritor e humorista americano Samuel Langhorne Clemens, mais conhecido pelo pseudônimo de Mark Twain, elogia o conforto da cama do quarto 125, durante o verão de 1878. Já o estadista e escritor britânico Winston Churchill, apreciador de vinhos e charutos, tem espaço cativo no bar do Schweizerhof antes de subir para a suíte 185, no ano de 1893.
Bar do hotel - ©oqvpm ®
Em julho de 1972, o primeiro homem a pisar na Lua, o astronauta Neil Armstrong, se hospeda aqui e aprecia o céu da janela do quarto 188. Em 2008, o cantor jamaicano Jimmy Cliff, durante um concerto beneficente na cidade, desfruta o quarto 191. O ator britânico Roger Moore, os cantores ingleses James Blunt e Antony Hegarty também escolhem aqui para ficar.
Jornalista Adriana Reis na ponte da Capela - ©oqvpm ®
Além da história e do conforto, para mim, uma das grandes vantagens de escolher este hotel é sua proximidade com as principais atrações de Lucerna. O centro histórico, as melhores lojas, dezenas de bons restaurantes e bares estão a poucos metros, bem pertinho. A estação de trem está logo ali do outro lado da ponte. O Centro Cultural e de Convenções KKL fica a menos de dez minutos a pé e quase tudo pode ser feito a menos de meia hora de caminhada. As cores cinza e roxo conferem um ar elegante e kitsch às acomodações deste cinco estrelas. É uma mistura de charme e luxo nostálgico. As frases escritas nas paredes dão o tom de modernidade. O café da manhã é bom, mas, na minha opinião, o local onde é servido não condiz com a decoração do lugar e precisa melhorar. As amenities são da badalada marca inglesa Molton Brown: que uso e adoro desde que morei em Londres!
Amenities - ©oqvpm ®
Máquina de café expresso e água mineral com e sem gás ficam à disposição sem custo adicional.
Café e água à disposição - ©oqvpm ®
A excelente área para computador faz a alegria de qualquer pessoa que viaje a trabalho, principalmente se for jornalista especializada em turismo como eu.
Café da manhã - ©oqvpm ®
Mas o que gostei mesmo foram as duas poltronas com uma mesinha. Por que? Estão ali para simplesmente apreciar a vista. Tudo isso num quarto absolutamente espaçoso com uma bela orquídea verdadeira! Não é à toa que o maestro e compositor alemão Richard Wagner criou a última parte da obra Tristão e Isolda num dos quartos do Schweizerhof. O lugar é sem dúvida uma verdadeira inspiração.
Crédito das fotos: Adriana Reis / Paulo Panayotis
Serviço: Hotel Schweizerhof Luzern Schweizerhofquai - Endereço: CH-6002 - Schweizerhofquai – Lucerna – Suíça
Informações: info@schweizerhof-luzern.ch
Site: www.schweizerhof-luzern.ch
Vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=qFKkB18-dhE
Private Selection Hotels
Crédito das fotos: Adriana Reis / Paulo Panayotis
Jornalista viajou a convite do Turismo de Lucerna e Titlis representados no Brasil por Vanda Catão.
Março 2018
Por Adriana Reis