Sicília, Itália. Desembarco no aeroporto Falconi Borselino, em Palermo, na Sicília. O tempo, claro. O voo de Paris, com escala em Roma, foi excelente. É no outono.A ideia é conhecer “a terra onde a CosaNostra, a máfia, nasceu”. Mas a Sicília guarda outro título bem melhor e mais antigo. Trata-se da Magna Grécia! É esta Sicília que procuro. Para você se situar. A Sicília é a maior das ilhas do mar Mediterrâneo e fica no sul da Itália. É, digamos assim, a bola no final da bota! Como fica entre a Grécia a África e o Oriente Médio, sempre foi caminho de comerciantes e rota de invasores. Um divisor natural entre Ocidente e Oriente. Por lá passaram romanos, godos, visigodos, árabes, fenícios e gregos, entre outros invasores.
Mapa da Sicília, também conhecida como "Magna Grécia"
Meu plano: alugar um carro e dar a volta na “ilha” em uma semana. Tempo suficiente, dependendo do tempo! Se não chover, será tranquilo. O espanto é imediato. As surpresas se sucedem. Com todo o respeito, nem parece a Itália. No desembarque, um aeroporto tranquilo. Melhor. Um aeroporto que funciona segundo os melhores padrões europeus.
Já motorizado, seigo viagem por estradas excelentes, largas, seguras, sinalizadas e praticamente sem pedágios! Sim, são pouquíssimas as auto-estradas pedagiadas na Sicília. Siracusa, Taormina, o vulcão Etna, a rural Marsala e a histórica Agrigento, a mais grega das cidades fora da Grécia, esperam por mim. O tempo ajuda. O clima ajuda. A história ajuda e até os Sicilianos ajudam. São dias de pura informação, de aprendizado histórico e deleite gastronômico.
A belíssima Scopello, uma das dezenas de praias escondidas na Sicília
Justamente pela localização e pelas dezenas de invasões, a comida siciliana, se assim podemos dizer, é soberba. Tem todos os ingredientes do mediterrâneo e ainda os do restante da Europa e do Oriente Médio… Peixes grelhados com orégano, massas com trigo de “grano duro”, cordeiros extra macios e especiarias, muitas especiarias. De volta que ainda não é hora do almoço. De Palermo a Siracusa, de carro, são aproximadamente 260 quilômetros. Cerca de duas horas e meia sem correr. Siracusa é a terra do matemático Arquimedes. A cidade chegou a rivalizar com Atenas e Roma em poder político e econômico. É também a terra do ‘canoli’, um doce típico siciliano extraordinário. Feito com massa crocante é uma espécie de canudo, de pastel, recheado com creme. De lamber os beiços, acreditem.
Canole, doce típico Siciliano: uma delícia vá bene?
De Siracusa, dou uma passadinha no temido vulcão Etna, o senhor da Sicília, mas o grosso nevoeiro impede subir ir até a cratera. Como não foi possível para ver nada, sigo para a histórica Agrigento. Como sou filho de gregos e conheço bem a terra da Deusa Atena, estou ansioso. Conhecer o Vale dos Templos, o maior e mais preservado conglomerado de monumentos históricos gregos fora da Grécia, é um sonho antigo. O dia, de um azul profundo, me dá as boas vindas e tenho o prazer de conhecer cada pedacinho deste local único. Situando novamente: a Sicília foi duramente disputada pelos fenícios e gregos. Estes últimos levaram a melhor. E levaram a ilha ao seu apogeu durante os cinco séculos que por lá permaneceram. Por isso, em cada canto da ilha há templos gregos dedicados às divindades mitológicas helênicas sem falar das dezenas de teatros a céu aberto.
Paulo Panayotis no Vale dos Templos, Agrigento, Sicilia
E é em Agrigento que se concentram talvez os mais relevantes e seguramente os maiores complexos arquitetônicos daquele período. Daí o nome ‘Magna Grécia’, capisce? Foram dias muito intensos, inesquecíveis. Ah, gostou da Sicília? Quer conhecer mais? Então você é meu convidado. Entre no portal O Que Vi Pelo Mundo e viaje, em vídeo, por toda a Rainha do Mediterrâneo. Espero vocês lá com muitas dicas e histórias deliciosas. Ciao belos!
FOTOS: Paulo Panayotis / Adriana Reis
O QUE É NOTÍCIA
Agrigento, a mais grega das cidades italianas (VÍDEO)
Por: Paulo Panayotis | São Paulo - Brasil
Categoria: Colunista